quarta-feira, 3 de agosto de 2011

O LOBISOMEM

09/04/2011

1945, chapada do araripe, lugar rico em agua e verde por natureza, o lugar já começado a ser explorado pelos que se achavam donos do pedaço que escolhiam um tanto de terra, derrubavam matas e ali faziam o que lhes desse na vontade, não carecia papelada, era ter dinheiro para contratar empregados, da-lhes um pedacinho de chão para construirem sua casa de taipa, plantarem o que de comerem, porque tudo plantando lá dava e no final do mês eram levados para a cidade um dos encarregados e traziam em compras o que cada casa precisava da venda. Eram até felizes os infelizes, ser ignorante tem suas vantagens, as vezes sofre-se menos.
A terras eram cada vez mais ocupadas e já tinham algumas bem bonitas e com o progresso em vista, era açudes, gados, plantações e mais pessoas simples procuravam esses lugares para trabalharem e terem seu pedacinho de terra. Um casal desses que se estabeleceu por lá era um daqueles que chamava atenção de toda a vizinhança, apesar existir uma boa distância entre cada pedaço de terra doada, era um senhor de 70 anos, negro, forte, sua barba e cabelos sempre cumpridos, usava chapéu e nunca conversava com os outros empregados. Sua mulher uma mulher já de 65 anos, gordinha e forte, usava sempre vestidos muito cumpridos e mantinha sempre seus cabelos amarrados entrançados seu nome era Benedita, essa nunca fora em casa de ninguém nem também recebera visitas, viviam lá o casal e seus 31 filhos, lá eles cuidavam de roçado, das galinhas, e trabalhavam para o patrão cercando a fazenda, essa eram suas obrigações.As filhas eram 19 mulheres a mais velha tinha 48 anos sua mãe a tivera com 17 anos, a mais nova tinha 20 anos, os filhos homens era 11 o mais velho tinha 46 anos o mais novo 9 anos. Todos eram negros e todas tinham a mesma maneira dos pais, não falavam com pessoas extranhas nem iam a casa de nenhum das vizinhanças. Eles falavam que viviam no Amazonas e resolveram virem pra cá por ter mais chance de melhorar de vida. Bem até aí tudo nos conformes, até que o seu Juarez resolveu fazer carvão e vender na cidade mais próxima, comprou dois jumentos bons de cargas e mandava os dois filhos mais velhos Venâncio e Aderbal levarem as cargas e já arrumarem freguês.Tudo certo, venderam e já acertaram freguesia.Já compraram algumas encomendas inclusive a cachaça e o querosene que eram coisas que não podiam faltar.
A casa era uma casa simples de taipa mas tinha uma repartição muito bem aplicada, dois grandes salões com uma só janela uma para as mulheres e outro para os homens. Uma cozinha grande com uma enorme mesa de madeira e dois bancos um na direita outra na esquerda da mesa, ali cabiam todos. Um fogão de lenha, uma enorme caixa de madeira em forma de prateleira enorme onde eram colocados todos os objetos de cozinha, junto a janela pelo lado de fora tinha um pequeno quarto onde mal cabia uma pessoa em pé só deitada, não tinha janelas e a porta era mais forte e bem feita que as demais da casa.
1946, um ano passara rápido e sem novidades, até que a parteira fora chamada para fazer o parto da filha angelina, moça de 20 anos que já tinha um menino de 9 anos. Tudo correu bem, nasceu uma menina fora dado o nome de Ana.
Mês de abril, noite clara, lua cheia. Neste dia todos foram deitar mais cedo, era o costume da família, nas luas cheias todas dormiam cedo e não se levantavam por mais que fosse a necessidade. Lá pra meia noite um vulto entra no salão onde dormiam as mulheres, vai direto na rede da Marieta a garota de 13 anos que sem resistir se deixa levar até o quarto vizinho da cozinha, ela agora chora baixinho e pela fraca luz da lua que entra pela festa da palha que serve de telhado ver o homem com bafo de cachaça chegar perto dela e tirar-lhe toda a roupa a deita no chão e a cheira como um bicho cheira sua fêmea, cheira por todo o corpo e geme, a cada cheirada dá um gemido forte, ela treme, segura seus pequenos seios ainda tão pequenos, mas ele puxa suas mãos com força e suga com força seus mamilos até doerem bastante, ela chora, mas não reage, ele desce para suas mãos para a vagina dela, abre-lhe as pernas, mete o dedo como a examiná-la se nunca foi tocada ante, ela treme de dor, finalmente ele bem com seu pênis enorme, duro e molhado encaixa bem na entrada e empurra com toda sua força, são gritos e uivos que se ouvem de longe, de dentro da casa algumas das mulheres tampam seus ouvidos, outras choram, sua mãe apenas permanece deitada acostumada ao rito de todas as vezes que uma de suas filhas ficavam mocinhas. Os gritos eram apavorantes, o pai urrava como uma fera selvagem e a marieta gritava de dor, ao gozar o pai pega a filha e a vira de costas de quatro e com pênis ainda duro a penetra no ânus para ficar o serviço completo, outra cessão de uivos e gritos e isto vai até aparecer os primeiros raios de sol na chapada do Araripe.
amanhece o dia e recomeça a rotina como se nada de anormal tivesse ocorrido, os homens vão trabalhar, as mulheres cuida da casa, das horas, das roupas, enfim todos agem como tudo estive igual, menos a mãe a Benedita ferve uma porção de água numa panela de barro e entra no quartinho dos horrores e lá encolhida no chão está a Marieta e com um pano sua mãe vai limpando seu corpo, a cada passada de pano é um gemido que a pobre menina dá. Sem dizer uma só palavra depois de limpar tudo, da-lhe uma roupa limpa, calcinha e um pedaço de pano limpo para aparar o sangue. Diz naturalmente pra ela: Fique ai até a hora da janta, eu trago almoço, descanse.
Hoje era dia de entregar carvão na cidade, Venâncio e Aderbal já estavam indo, quando a mãe lhes chamou e disse traga um tanto de melhoral. Eles se foram. Na volta eles passaram por uma casa de prostituição, cada um pegou uma mulher e depois seguiram caminho. Aderbal era o filho mais velho tinha 46 anos, tinha um gênio forte e andava bebendo mais que o pai lhe permitia, deu uma parada e falou pro irmão Venâncio:- Estou cansado dessa cunvesa de lubisome, quero viver cumo os otros omis, quero ir pra longe dessa famia e ter a minha, tô ficando veio e nun pussui nada meu. Venâncio tinha 32 anos já vivera com uma mulher mas o largara por causa dessas conversas e por isto mesmo eles vieram embora de lá.- Falou cabisbaixo, mas qui ramo fazer nois nun tem nada- mas pode ter, interrompeu o Adebal, nois é forte, já sabemo fazer carvão, vamos procurar outro lugar, a chapada é grade, vamo ver se os otros tombém quer e nois se vai.- Tá bom vamo cumbinar direito isso.
Hora da janta, tudo normal, todos comeram calados e foram cada pro quintal, tinham colocados troncos de madeiras cortadas por doto quintal que servia de assento, mas naquele dia ninguém estava pra conversar como de costume, pois geralmente eles falavam muito e cada um contava o acontecido do dia ou relembrava algum fato ocorrido. Até resolveram deitarem mais cedo. As mulheres nos seus cantos os homens nos seus e o casal no seu reservado. No quarto das mulheres a marieta vai até a rede da Vanilda a mais velha e pergunta:- Ele vem di novo? -Vem maisi num é ocê. Vá drumi. E assim fotam todas as noites de lua cheia e cada dia era uma das filhas, mas como já haviam acostumado não gritavam, só se ouvia os uivados do bixo.
Um dia sumiu um boi do fazenda e os vaqueiros tiveram que irem atrás do boi, passaram lá na casa do Juarez pra saber se viram o animal mas as mulheres disseram que não, um dos vaqueiros chamado Ubirajara olhou para Vania moça de 16 anos, negra bonita e olhos grades e boca bonita, deu uma piscada e perguntou:-Cuma é teu nome moça? ela com muito medo - Respondeu é Vânia e baixou os olhos toda envergonhada, mas ele insistiu - ocê vai na novena da casa grande? é sábado, espero oces lá. Pronta estava feito o alvoroço, não se falava noutra coisa até a chegada do pai. Ninguém falava nada, todos comiam mais calado que nos outros dias, quando ele perguntou, tá todo mundo mudo ou cum muita fome? O Teobaldo um menino de 11 anos que ficava sempre em casa contou pro pai da visita dos vaqueiros, - É eles foi no cercado mas tava tudo certo pur lá.
Sexta feira, o pai chega pra janta e diz - Amenha todo mundo pronto pra ir na casa grande, tem uma novena e num é pro mode fartá ninguém, foi ordem do patrão.Todos se olharam com admiração, mas ele foi logo avisando, nada de cunversê cum ninguém, se eu vê, já sabe, o coro come.
Sábado, as mulheres todas de cabelos arrumados, uns entrançadinhos, outros de amarradinhos e estavam todas vestidas com seus melhores vestidos. Os homens com suas melhores roupas, chapéu novo quem usava e foram pra casa grande. Estava tudo muito arrumado, tiras de papel colorido enfeitando as entradas, muitos lampiões espalhados pela pelos cantos, bancos formando uma fileira pra todos se sentarem na hora da reza.Terminando a ladainha finalizando a novena, foi anunciado que todos fossem se servirem na enorme mesa que tinha de tudo que bolos, sucos, licores e mais variados tipos de quitandas. Nesta ocasião o patrão conversava com os arredatários, foi ai que o Ubirajara se aproximou da Vânia e lhe falou puxando pelo seu braço vem até aqui, oi nunca vi morena tom linda qui nem tu e quero me casar. Ela tremia se engasgou e nem sabia o que fazer quando sua irmã Vanda veio no seu encontro, tu tá é abestada, se pai vê uma coisa dessa tu morre de apanhá. Ubirajara falou vai mas eu te prometo eu vou casar cum tu, tu que? Ela saiu quase correndo puxada pela irmã.um dos irmãos o Euripedes 21 anos não deixou de perceber todo acontecido e foi falar com o Ubirajara.- Oi moço tu num mexe cum mas irmãs não que o pai é brabo por dimais. Ubirajara riu e - Por ela eu enfrento até o diabo. Ru tô apaxonado cuiado.Vamo beber que a cachaça é boa e de graça.Acabando de manhã essa brincadeira foram todos embora, mas uma coisa ficou marcado no coração da Vânia, ela também estava apaixonada e agora?
Se bem que tudo parecia normal mas algo estava diferente naquela família e o Juarez estava ficando desconfiado. Apesar dele continuar com seus relacionamentos sexuais com as filhas, ela achava que algo estava diferente.Entre os 31 filhos que eles diziam serem deles um tanto era netos, portanto filhos das filhas.
Dia de lavar roupas no rio, desta vês seria da Vânia e da Valdelice isto já estava combinado desde o começo da semana, Vãnia deu um geito de sumir dos arredores de casa e mandar um recado para o Ubirajara. Lá na hora certa eles estavam um nos braços do outro. Pensou a Vânia
consigo mesma: Se eu apanhar ou até morrer vai valer a pena sair desse inferno de vida. Valdelice lavava a roupa enquanto a Vânia fazia o verdadeiro sexo que jamais conhecera, feito com paixão, querer,tesão e bom agrado.Foram horas amor até cair na real que tinha que cumprir sua obrigação. Se despedirão e já ficando com saudades, marcarão um novo encontro.
Dia de levar carvão pra cidade os rapazes pediram pro pai deixar levar mais um jumento e desta vês um dos outros rapazes, o que eles mais confiavam e já haviam conversado, o Clovis e o pai meio que sem querer deixou, afinal era mais venda. Os Três se prepararão, aumentando o preço do carvão já foram guardando um tanto
daqui um mês na próxima lua cheia eles já não veriam o que eles tanto odiavam.
1947, janeiro, mês muito comemorado na fazendo por ser aniversário do fazendeiro Epaminondas, seria uma festança, todos convidados e seria o dia todo até amanhecer do outro dia.
Juarez e sua familia estava convidada, mas tinha um problema seria primeira noite de lua cheia.
Falou com a mulher que seria a vês da Vânia e ele daria o sinal pra ela levar a moça até a entrada do curral, ele ia fazer por lá mesmo.A mãe estava nervosa, já não aguentava mais esta vida, mas fazer o que se não tinha outro jeito, ficou se perguntando como foi que tudo aquilo começara, quando sua filha mais velha ficou mocinha viu que ele já a tinha violentado e ela ficara grávida e a Benedita também estava grávida, por pouco não nasceram juntos. Assim foi com todos as filhas e netas, pois já havia netas com idade de mocinhas ficou uma misturada, filhos das filhas filhos da mãe já só elas mesmas quem sabia quem era mãe de quem. Os rapazes nunca entenderam direito o que acontecia, só ao ficarem homens, mas ai já era tarde pra irem contra o pai. Mas agora alguns já não estavam mais aguentando era a vida de escravidão, nem era pelas irmãs, elas que se virassem.
Chegou o grande dia, alvoroço em toda fazenda, todos estavam agitados era corre , corre pra todo lado, afinal Seu Epaminondas completaria 100 anos de idade.
Chegavam carros da cidade, pessoas importantes e de famílias conhecidas. A chapada estava linda
estava com seu verde mais bonito, suas fontes de agua naturais pareciam agua cristalina de tão pura.Todos se arrumavam como podiam e na casa do seu Juarez todos estavam bonitos que era uma beleza, era uma família de negros muitos bonitos e de boa aparência bonita apesar de trabalharem
em serviços pesados e embaixo do sol.
Chegou a noite, todos se dirigiram para a fazenda. Já estava começada a festa era coisa que eles nunca tinha visto,seu Juarez deu uma última cochichada no ouvida da Benedita e saiu para junto dos outros homens. De longe Vânia viu o Ubirajara todo arrumado de roupa nova e este lhe deu um sinal para ir até um jardim próximo dali, ela se dirigiu pra lá ao chegar ele lhe entregou um pacote, ela tremia ao abrir, era um perfume, ela o beijou agradecida, nunca havia recebido um presente, ele guardaria e lhe mandaria depois pro pai não desconfiar. A festa estava animada. Muito comes e bebes, um boi assando, comida com fartura. Vânia continuava escondida no jardim com o namorado. Sua mãe começara a ficar perturbada, a lua começara a aparecer, as meninas ficaram todos juntas e agoniadas, até a Vanda perguntar:-Quem é hoje mãe? Como vai ser? A mãe desesperada disse:-Disse é a Vânia e eu num incontro ela, vão procurá, seu pai já tá vindo ai.
Marieta encontrou a Vânia, puxou seu braço e disse baixo é ôce hoje e ele já tá lhe procurando, Ubirajara perjuntou o que tava acontecendo, mas vânia prometeu ir e vortá, vá aproveitar a festa.Ela falou pra Marieta:- mas nem hije ? Vamo ficar livre, meu Deus tô cansada disso. Foram as duas ao encontro do pai.Ele olhou pra ela já com os olhos de desejo e disse vá pro curá de detráz, tem ninguém lá e tem um quarto do feno.Ela saiu, não segurou o choro, as vezes tinha vontade de se matar e agora mais que nunca, não queria mais ter o pai dentro dela, fazendo o que ela fazia com seu amor. Chegou ao quarto a lua já clareava tudo, ele já estava lá os cachorros começaram a latir forte, o gado se agitava com os latidos, mas o homem parecia um animal foi tirando sua roupa e mandou ela tirar a dela, ela pediu:- Só hoje deixe eu com a roupa, ela a puxou e começou desabotoar sua roupa, os cavalos e os cachorros não paravam estavam agitados.Ele a deitou no chão e quando ia tirar sua calcinha sentiu um algo com muito força passando seu coração. Só deu tempo de cair pro lado sem dar nem um grito. Apareceram os homens um o que dera o tiro verificou se ele estava vivo, está morto o infeliz, lobisomen dos infernos vai mexer agora com as filhas do diabo. Nisto os outros homens levantaram a vânia e ajudaram a se arrumar, quando viu Ubirajara, correu para os seus braços e chorava sem parar. Ele explicou:- Este home é da policia do amazonas e estes outros são do Ceará eles já estavam atrás do seu pai, a historia de vocês foi investigada e por todos os lugares que vocês passavam deixavam desconfiança.Vocês agora estão livre.a policia levou o corpo para a cidade para ser feitos os tramites legais e as apurações, fizeram tudo com muita discrição para não estragar a festa do coronel, mas a Benedita e os filhos foram para casa e o filho mais velho acompanhou o corpo.Finalmente aquela família ia ter suas luas cheias como todas as pessoas normais.
Violência sexual, abuso infantil, qualquer coisa de anormal, fiquem atentos. Denunciem!!!!!!!!
Íris Pereira

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